(Foto: Juliana Cardilli/G1)
A adição de biodiesel ao diesel de petróleo tem provocado graves problemas de qualidade no produto vendido nos postos brasileiros. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), 5,2% das amostras de diesel coletadas em postos em março estavam fora das especificações, maior índice desde 2004. Segundo representantes dos postos, o problema já foi levado à Justiça por consumidores que tiveram danos em seus veículos.
Segundo o presidente da Federação Nacional do Comércio Varejista de Combustíveis (Fecombustíveis), Paulo Miranda, o biodiesel provoca alterações na consistência do produto final, com o surgimento de borras e a proliferação de bactérias. Além dos danos a veículos, o problema dá prejuízo aos postos, que tiveram que intensificar a limpeza de tanques e trocas de filtros.
Em reunião realizada nesta quinta-feira (14), a Fecombustíveis aprovou determinação para que seus associados entrem na Justiça contra distribuidoras, caso tenham que ressarcir consumidores prejudicados pela baixa qualidade do diesel - que hoje tem 5% de biodiesel, produto conhecido como B5.
"Decidimos que, se nada for feito, vamos entrar com ações de regresso, pedindo ressarcimento desse prejuízo às distribuidoras, que nos vendem o B5", afirmou o executivo, que diz ter análises técnicas apontando que o óleo vegetal não tem reagido bem à umidade, gerando borras e proliferação de bactérias. Miranda alega que a responsabilidade, em última instância, é dos produtores de biodiesel e pede medidas para melhorar as especificações do produto.
As distribuidoras concordam que há indícios de que a adição de biodiesel vem provocando problemas de qualidade no diesel e pedem uma análise detalhada da Agência Nacional do Petróleo (ANP). O vice-presidente executivo do sindicato de distribuidores de combustíveis (Sindicom), Alísio Vaz, defendeu que o governo evite novos aumentos na proporção de diesel enquanto o caso não for esclarecido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário