O saldo do crédito das carteiras de leasing e CDC (Crédito Direto ao Consumidor) para a compra financiada de automóveis e comerciais leves pelos consumidores atingiu R$ 163,1 bilhões em março, registrando um crescimento de 12,4% em relação ao mesmo mês em 2009, de acordo com os dados divulgados nesta segunda-feira pela Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras).
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A expansão foi puxada pelas operações de CDC, que cresceram 25,2% no período, para R$ 101,9 bilhões. Já a carteira de leasing apresentou uma retração de 3,9%, caindo para R$ 61,2 bilhões.
"O setor vem evoluindo dentro do projetado e reflete diretamente o crescimento da indústria automobilística. Se o cenário não se alterar, as carteiras de leasing e CDC deverão encerrar 2010 com crescimento de 10% a 15% sobre os volumes de 2009, com saldo da carteira entre R$ 173 bilhões e R$ 180 bilhões", prevê o presidente da Anef, Décio Carbonari de Almeida.
As vendas de veículos novos bateram mais um recorde no acumulado do ano, atingindo 1,066 milhão de unidades emplacadas no primeiro quadrimestre, superando a melhor marca até então, de 2008 (909,2 mil).
Em abril, foram licenciados 277,9 mil automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões, com o resultado ainda sendo influenciado pelo efeito da redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), que acabou em março mas respingou no mês passado devido aos estoques nas lojas e à corrida dos consumidores às concessionárias nos últimos dias para aproveitar o benefício fiscal.
Em março, melhor mês em vendas e produção da indústria automobilística, foram licenciadas 353,7 mil unidades, o que levou a novas marcas também no primeiro trimestre.
Juros
A taxa média de juros praticada pelos bancos das montadoras associados à Anef ficou em 1,40% ao mês em março, estável ante fevereiro e superior à contabilizada no mesmo mês em 2009 (1,63%).
"Em maio, todos os bancos subiram a taxa de juros, como reflexo do aumento da Selic", adianta Almeida, mas sem detalhar os números, que ainda não foram compilados. O presidente da Anef, no entanto, reconhece que "o efeito é pequeno" no valor da prestação, portanto não deve afetar o desempenho dos financiamentos por enquanto.
O levantamento apontou ainda uma queda na inadimplência --considerando atrasos superiores a 90 dias-- nas operações de CDC, passando de 5%, em março de 2009, para 4%. Nesse período, os planos médios para financiamento de veículos subiram de 40 para 43 meses.
"Se a queda na atividade econômica [devido à elevação da Selic] não prejudicar [os indicadores de] emprego e renda, a inadimplência deve continuar caindo", ressalta Almeida, lembrando os percentuais de janeiro (4,3%) e fevereiro (4,2%) deste ano e o nível que chegou a ser alcançado antes do agravamento da crise, em setembro de 2008 (3,8%).
Nos primeiros três meses do ano, o CDC foi a modalidade mais utilizada pelos consumidores para a aquisição financiada de automóveis e comerciais leves, representando 40% das vendas nesse intervalo. Em seguida aparecem leasing (16%) e consórcio (6%). Já as vendas à vista responderam por uma fatia de 38%.
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