Se Fred Flintstone resolvesse comprar um sedã, o Renault Logan e o Chevrolet Classic seriam fortes candidatos.
Com pouco apego a conforto e a curvas, mas precisando de espaço para levar a família, eles são hoje os sedãs mais baratos do mercado. Também são as primeiras opções para quem pretende abandonar os hatches para comprar um sedã.
Os dois mudaram, de aparência e de preço. As leves alterações estéticas não empolgam, mas deixam o Logan menos sisudo. A dianteira segue a dos modelos da Dacia, braço romeno da Renault.
A montadora ainda baixou o preço para R$ 28.690 para elevar as vendas fracas.
O veterano da Chevrolet também mudou. É a primeira reestilização do modelo desde que foi lançado, há 15 anos.
As linhas seguem as do antigo Sail, nome do Corsa chinês. Lá, porém, ele foi aposentado com a chegada do novo, deixando a "novidade" brasileira com cheiro de naftalina.
O Classic sai por R$ 28.294. Na pista de teste, porém, há mais diferenças do que os R$ 400 que o separam do Logan.
O motor 1.0 de oito válvulas e até 78 cv leva o Classic a 100 km/h em 14,4s --3s mais rápido que o Logan, aponta o teste Folha-Mauá. Nas retomadas, o Renault é ainda mais lento.
Precisa de 5s a mais para ir de 80 km/h a 100 km/h. Com gasolina, a diferença aumenta.
O Logan é prejudicado por sua principal virtude. É 30 kg mais pesado, 28 cm mais alto e tem 19 cm a mais de entre-eixos. Em briga de 1.0, faz toda a diferença: o motor de 16 válvulas e até 76 cv com álcool sofre.
As medidas garantem um espaço interno muito superior ao do Classic. É grande o suficiente para o motorista fazer ioga e aceitar o design antiquado e a falta de conforto do Renault.
Mesmo aposentado na China, o Classic tem curvas agradáveis. Mas é tão estreito que o motorista esbarra o cotovelo no carona ao trocar de marcha.
Idade da pedra
No banco traseiro, três ocupantes viajam bem apertados.
O porta-malas do Logan leva fartos 510 litros. Os 390 litros do Classic não são ruins, mas é preciso lidar com os "pescoços de ganso" --braços articulados que amassam as malas.
O sedã da Chevrolet tem câmbio com engates precisos. Já o do Logan treme como rabo de lagartixa.
Nos dois modelos, o acabamento é rústico. Não fosse pelo assoalho, Fred estaria em casa.
Ambos abusam do plástico áspero e têm listas de equipamentos de série menores que escalação de futebol de salão.
O interior do Classic não mudou. No Logan, o painel do Sandero, com imitação de computador de bordo, ajuda a engolir o resto da cabine.
As montadoras cederam os carros para teste
INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA
www.maua.br
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