A Nissan iniciou nesta quarta-feira (26) as obras da fábrica que produzirá baterias de íon-lítio para veículos elétricos. A nova planta está localizada em Smyrna, Tennessee, ao lado da unidade que será reformada para receber a linha de montagem do primeiro veículo 100% elétrico a ser produzido em massa, o Nissan Leaf.
As duas unidades começam a operar no início de 2012 e terão capacidade total de 200 mil unidades/ano para baterias e de 150 mil unidades/ano do veículo elétrico. “O dia de hoje é um grande passo no processo de criação de uma economia ‘verde’ nos Estados Unidos”, afirma o CEO da Nissan, Carlos Ghosn. “A produção do Nissan Leaf e das baterias de íon-lítio traz o país mais perto da sua meta de independência em energia, de criar empregos ‘verdes’ e de sustentabilidade da indústria local”.
A construção da fábrica de baterias e a reforma da linha de montagem para a produção do Leaf terão investimentos de US$ 1,7 bilhão, com cerca de 80% do capital (US$ 1,4 bilhão) provenientes do Programa de Empréstimos para Produção de Veículos de Tecnologia Avançada, que tem como objetivo acelerar o desenvolvimento de veículos e tecnologias que possam oferecer aos Estados Unidos a independência em energia, a criação de meios de transportes limpos e o estimulo à economia.
Desde 20 de abril, cerca de 13 mil norte-americanos fizeram reservas para a compra do Nissan Leaf que começará a ser vendido em 2012 em mercados previamente selecionados pela montadora, como Estados Unidos, Japão e Europa. Até a fábrica dos Estados Unidos ficar pronta para receber o modelo, ele será produzido no Japão com baterias manufaturas também no país. No início, devem ser fabricadas 50 mil unidades por ano.
Nissan Leaf no Brasil
A Renault-Nissan estão na corrida para viabilizar o carro elétrico no Brasil. Uma parceria entre o grupo e a prefeitura de São Paulo firmada em abril deste ano estuda oportunidades de uso do Leaf na capital paulista. Segundo a companhia, a parceria envolve estudos de viabilidade, infraestrutura, recursos e produtos, que incluem a implantação de uma rede de recarga na cidade.
Apesar do otimismo da divulgação da parceria, o presidente-executivo da aliança Renault-Nissan, Carlos Ghosn, afirmou no evento que "não achamos que haverá condições de termos uma comercialização em massa (no Brasil) se não houver incentivo para o consumidor".
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"O carro elétrico não vai ficar popular se não houver uma boa equação econômica (...) sem apoio do governo ele vira produto de nicho de mercado e nossa prioridade são locais onde os governos estão ajudando os consumidores a comprarem o carro", disse Ghosn.
Segundo o executivo, a produção do Leaf no Brasil depende de garantia de uma demanda de pelo menos 50 mil carros por ano. Ghosn não estimou quando isso poderia acontecer e afirmou que se for vendido no país, o preço do Leaf dependerá de incentivos do governo.
O veículo, segundo o grupo franco-nipônico, é capaz de percorrer 160 quilômetros com uma carga na bateria e será vendido nos Estados Unidos por 25.280 dólares (R$ 44.543).
O presidente da Renault para Brasil e Mercosul, Jean-Michel Jalinier, afirmou após a apresentação que a chegada do Leaf do país dependeria de incentivos do governo federal, como forma de equilibrar a diferença inicial do custo maior de produção dos veículos elétricos em relação aos movidos a gasolina, cuja escala é muito maior.
"Nos Estados Unidos, por exemplo, eles conseguiram equilibrar totalmente essa diferença", disse o executivo. Ghosn afirmou na apresentação que consumidores norte-americanos recebem incentivos de cerca de 7.500 dólares na compra de veículos elétricos.
Segundo o prefeito da cidade de São Paulo, Gilberto Kassab, a prefeitura pretende encomendar um lote de veículos elétricos da parceria para ser entregue até o final deste ano. Os carros equipariam a frota da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) da cidade.
Kassab não informou quantos veículos a prefeitura pretende encomendar. Enquanto isso, representantes da prefeitura disseram que o acordo assinado representa um protocolo de intenções e que nenhum detalhe concreto foi acertado ainda.
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